Para um programa/script específico ser
executado na inicialização do sistema, pode-se editar o arquivo
“/etc/rc.local”. Nele, deve-se colocar o caminho completo do script e
finalizar a linha com & (e comercial), para executar em background,
logo antes do “exit 0”.
Existem formas diferentes conforme o
sistema de inicialização utilizado: Systemd ou System V (ou Sysvinit).
Uma variação. Uma das principais razões para o Debian mudar do SysV para
o systemd é a popularização de computadores com mais de um núcleo, de
modo aproveitar melhor o paralelismo do que a tentativa realizada pelo
Upstart (da Canonical, que mantém o Ubuntu).
O systemd é compatível com o SysV e
Scripts de init LSB (Linux Standard Base), mas possui padrões diferentes
para conter basicamente a mesma informação. O comando service
é uma ferramenta de “compatibilidade” para ajudar as pessoas a migrar
de sysvinit para systemd. É um programa que tenta descobrir seu sistema
de inicialização atual e chamará as chamadas sysvinit, upstart ou
systemd, conforme necessário.
Systemd (systemctl)
É baseado na notação de sete tipos
diferentes de unidades (ou units), cujo nome é composto de uma
identificação e o seu tipo como sufixo (se não for especificado, o
systemctl assumirá .service):
- service – daemons que podem ser iniciados, parados, reiniciados e recarregados.
- socket – encapsula um socket no sistema de arquivos ou na Internet; sockets são programas responsaveis pela comunicação ou interligação de outros programas que atuam na camada de transporte, como os “Stream Sockets” (usado no telnet) e os “Datagram Sockets” (usam UDP em vez de TCP).
- device – encapsula um dispositivo na árvore de dispositivos do Linux; se é marcado através de regras no udev, ele será exposto a um dispositivo de unidade no systemd.
- mount – encapsula um ponto de montagem na hierarquia do sistema de arquivos.
- automount – encapsula um ponto de montagem automático na hierarquia do sistema de arquivos; cada unidade automount, tem uma unidade mount correspondente, que é iniciada(montada) assim que o diretório automount é acessado.
- target – usada para agrupamento lógico de unidades, referenciando outras unidades que podem ser controladas então de forma conjunta (por exemplo, “multi-user.target” é uma unidade que basicamente equivale a regra do run-level 5 no clássico SysV).
- snapshot – similar a unidade target, a unidade snapshot não faz nada por si so a não ser referenciar outras unidades.
O arquivo do exemplo a seguir deve ser
colocado dentro de /etc/systemd/system/ (preferencialmente) ou
/usr/lib/systemd/system/ e ter a extensão .service, com o seguinte
formato:
Depois de editado, torne o arquivo executável (chmod +x) e teste usando o seguinte comando:
Ela também pode ser parada (stop),
reiniciada (restart) ou ter sua configuração recarregada (reload). O
seguinte comando recarrega o systemd, scaneando por units novas e
modificadas, além de habilitar a unit para ser iniciada na inicialização
Por fim, seu status pode ser verificado
com “sudo systemctl status exemplo.service” e reiniciado com “sudo
systemctl reload-or-restart exemplo.service”. Para estar funcionando,
deve estar com status “loaded” e “active (running)”.
System V (SysV ou sysvinit)
Também é possível colocar o script
diretamente no diretório “/etc/init.d” – lembrando de dar permissão de
execução através do comando “sudo chmod 755 nome_do_script”. Nesse caso,
executar “sudo update-rc.d nome_do_script defaults” para criar o link
simbólico de modo a executá-lo na inicialização – para removê-lo,
utilize “remove” em vez de “defaults”.
Um script LSB (Linux Standard Base) Init
tem como principal finalidade a execução de comandos na inicialização
do sistema operacional seguindo uma padronização. Para isso, ele deve
ter suporte para as seguintes ações: start, stop, restart, force-reload,
e status. Além disso, deve retornar uma saída de erros apropriada e ter
as “run-time dependencies”: um cabeçalho padrão no início do script com
as informações necessárias ao seu funcionamento. Cada linha tem sua
função:
- Provides: especifica qual é a facility executada por este script Init (o nome deve ser único);
- Required-start: especifica o conjunto de facilities que deve ser iniciado antes de começar este serviço. Além de nomes “reais” de programas (postgresql, por exemplo), também existem alguns nomes para facilities “virtuais”, iniciados por cifrão: local_fs, remote_fs, network, named, portmap, syslog, time e all;
- Required-Stop: especifica a lista de facilities que devem ser paradas depois de parar esta facility.
- Default-Start e Default-Stop: definem os níveis de execução em que o serviço deve ser iniciado ou parado. Veja mais sobre o init e os runlevels no post sobre Linux Debian.
- Short-Description e Description: apresentam a descrição do serviço.
A segunda parte do script deve conter um
“case” para ações diferenciadas ao receber o argumento “start”, “stop”
ou outros. Veja um exemplo do arquivo “/etc/init.d/firewall” para
executar o shell script “firewall.sh”:
Por ser um shell script, o arquivo
“firewall.sh” deve ter “#!/bin/bash” na primeira linha, indicando que
será executado através do binário “/bin/bash”. Sua inicialização deve
indicar o caminho completo do arquivo ou uma mudança para esse
diretório. Aqui também inclui o redirecionando das saídas 1 (padrão) e 2
(erros) para um arquivo de log, além de ser executado em background
(último “e comercial”). O comando “pkill -f” permite encerrar todos os
processos que contenham o padrão “firewall” em seus nomes.
Execute o comando “update-rc.d firewall
defaults”. Caso apareça uma mensagem do tipo “insserv: warning: current
start runlevel(s) (2 3 4 5) of script”, execute “update-rc.d firewall
remove” e “update-rc.d firewall defaults” depois.
Obs.: Caso o script executado imprima
mensagens na tela (saída de uma comunicação serial, por exemplo), você
também pode redirecionar a saída padrão para uma outra tela/console.
Para isso, inclua “1> /dev/tty1”, por exemplo, na linha de execução
do script para enviar o texto para outra tela, e assim não ficar
imprimindo um monte de coisas na tela onde vocês está trabalhando. Caso
tenha mais de um script, pode direcionar para outra tela (tty2, etc).
Para iniciar o serviço, execute o comando “/etc/init.d/firewall start” ou reinicie o computador.
Crontab
O serviço de agendamento de tarefas do
Linux também pode ser usado para iniciar um script na inicialização. O
texto a seguir pode ser incluído no crontab do usuário através do
comando “crontab -e”:
Ao reiniciar o computador, deve aparecer
o texto “Monolito Nimbus” escrito no arquivo “teste.txt” – ou alguma
mensagem de erro, se for o caso. Veja mais sobre Agendamento de tarefas no crontab clicando no link.
Fontes
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